O Encontro de Tocadores em Caminha, este ano não terá lugar em junho, como habitualmente. Devido à situação que atravessamos, a Câmara Municipal de Caminha decidiu cancelar todas as actividades culturais até ao dia 30 de junho, pelo que o Encontro de Tocadores não poderá acontecer de 5 a 7 de junho, como previsto. O encontro ainda não foi cancelado e poderá ser reagendado para acontecer ainda durante o ano 2020. Assim que houver mais informações divulgaremos no nosso site.
O Entre Margens – Encontro de Tocadores é um evento de três dias que junta tocadores de instrumentos tradicionais de gerações distintas. Através dos tocadores convidados, que são na sua maioria “símbolos” de um saber que se esgota, fomenta-se a partilha de reportórios e técnicas instrumentais de Portugal e da Galiza e perpetua-se a importância do “saber tocar de ouvido”, a aprendizagem da música sem pautas.
Em encontros informais, os participantes têm a possibilidade de partilhar conhecimentos e explorar métodos de tocar tradicionais. Espera-se contribuir para a salvaguarda do património imaterial musical de várias regiões de Portugal, em particular do Minho, em diálogo com a região da Galiza, explorando o contexto transfronteiriço historicamente relevante dos territórios.
O Encontro abrange sessões de trabalho entre músicos (oficinas de instrumentos), uma oficina de danças tradicionais, palestras, uma feira de construtores de instrumentos e editoras musicais assim como concertos e bailes no espaço público. Em qualquer das expressões que assuma na sua programação, o Encontro de Tocadores pretende constituir-se como um espaço gerador de discursos e reflexões sobre as práticas musicais do território galaico-português.
O formato do evento consiste numa série de oficinas de aprendizagem, com a presença de tocadores de vários instrumentos (na sua maioria, músicos rurais, envelhecidos, dedicados a práticas musicais em declínio) e um “pivot” (responsável por facilitar a dinâmica da oficina e a troca de informação entre o tocador antigo e a assistência). A escolha do “pivot” será criteriosa, devendo este conhecer o enquadramento da formação e possuir experiência como facilitador de dinâmicas de grupo. Por fim, a assistência das oficinas será constituída por jovens músicos que tencionam aprender técnicas e repertórios de instrumentos “tradicionais”, procurando renová-los, experimentá-los e inseri-los em novas práticas musicais, sem intenções “fossilizadoras” ou discursos imobilistas de identidade regional ou nacional. Para além destas oficinas, o Encontro inclui palestras com temas específicos e oradores convidados (músicos, tocadores académicos, etc.), exposições, concertos, projeção de filmes e documentários, bailes noturnos à volta de “jam sessions” dos vários músicos presentes.
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