E AFINAL DANÇA-SE NO ALENTEJO!
Na 5ª edição das Conversas com Dança, que aconteceu no dia 22 de outubro de 2022, falou-se sobre “Dançar no Alentejo”. Estivemos na Pousada da Juventude de Évora, no #bairroceleiros, à conversa com a Paula Garcia (Coordenadora da Equipa de Missão da Candidatura “Évora Cidade Candidata a Capital Europeia 2027), a Natércia Kuprian (autora do Caderno de Danças do Alentejo – Margem Esquerda do Guadiana, vol.2) e o César Silveira (Diretor do Musibéria – Centro de criação, investigação e difusão da diáspora da cultura ibérica), com a moderadora Helena Rocha da Direção regional de Cultura do Alentejo.
“Que estruturas, coreógrafos e bailarinos habitam o Alentejo? Há espaço para a dança no Alentejo? Como poderá esta ser mais valorizada num território tão vasto e com pouca densidade populacional? Afinal dança-se no Alentejo? Quem dança? E o que se dança por cá?”
Partimos destas perguntas para falar de passado, presente e futuro. Ouvimos o César que nos falou dos projetos artísticos desenvolvidos em Serpa e que permitem um novo olhar sobre as práticas culturais do lugar, convidando muitas vezes a comunidade a ser parte integrante dos processos criativos. Falou-nos da dança que se repensa a ela própria, a partir de um lugar como o Alentejo, a partir até da paisagem Alentejana, e que leva a Serpa coreógrafos nacionais e internacionais.
A Natércia Kuprian, autora do volume II do Caderno de Danças do Alentejo, levantou o véu sobre o processo de investigação para a criação deste caderno – uma edição PédeXumbo com a parceria da Musibéria, que será lançada muito brevemente – para nos falar sobre a importância de despertar memórias para as materializar no movimento, no corpo. Um corpo enquanto matriz para a ressignificação das práticas, como forma de as manter vivas, práticas que são uma forma de conhecimento, um motor para a valorização da identidade, para a exploração da história de um lugar.
E antes de abrirmos espaço à conversa com todos os presentes, ouvimos a Paula Garcia que nos falou a necessidade de se ler o Alentejo para se projetar o futuro. Quem vê dança? Quem se interessa pela prática da dança? E de que forma se consome dança? Como vivemos hoje as práticas culturais no interior de Portugal? Falou-nos sobre a importância dos públicos, das suas vozes, mas também sobre a importância da programação artística na área da dança para a criação de novas linguagens, novos discursos das audiências, para o levantamento de novas questões sobre tradição, contemporaneidade, identidade, cultura.
Chegamos assim à importância de levar a dança e o movimento às escolas, de elevar a dança a área artística que põe o corpo a pensar e que pensa um território, que dá espaço à diversidade. “O grande baile do Alentejo” é hoje essa mistura que cria novas leituras das palavras, das práticas, do movimento, da identidade, do consumo da dança e deve projeta-nos para o futuro!
Para ouvir na íntegra abaixo ou em www.pedexumbo.com/conversas-com-danca
Um projeto PédeXumbo | Estrutura Fianciada por Dgartes, República Portuguesa – Cultura | Apoio Câmara Municipal de Évora | Parceria DianaFm | Imagem Leonor Carpinteiro | Fotografia Fu Qiang | Som Fernando Mendes