A PédeXumbo, Associação para a Promoção da Música e Dança (PX), nasceu em 1998 para dar enquadramento legal à realização do Festival Andanças, criado em 1996 por um grupo de jovens portugueses.
O trabalho da Associação pode dividir-se em duas etapas: antes e depois de 2007.
Até 2007, a PX teve um crescimento imparável, dando a conhecer novas formas artísticas baseadas na prática do baile e de danças europeias, até aí desconhecidas em Portugal. Em simultâneo, foi promovendo a profissionalização de artistas e o aumento da oferta na área da dança tradicional em Portugal. A própria Associação profissionalizou-se, expandindo as suas atividades a todo o país, multiplicando festivais, formações e atividades lúdicas.
Em Évora, onde tem sede, foi possível desenvolver um trabalho mais aprofundado na vertente pedagógica. Para entender o âmbito da PX é preciso falar de danças do mundo, mas mantendo distância com o Revivalismo que aconteceu noutros países europeus: em Portugal o entrosamento, sobretudo com as culturas lusófonas, é muito forte, e a PédeXumbo salvaguardou esta riqueza.
A partir de 2007 a PédeXumbo iniciou uma fase de fidelização do seu público, mas também de captação de novos públicos, com a edição de DVDs e livros sobre a dança tradicional e a programação de projetos musicais em estreia nacional. Mas foi sobretudo com as novas criações que a associação inovou. Usou a programação de festivais para propor novas produções artísticas, trabalhando o repertório coreográfico tradicional português, procurando ao mesmo tempo integrar a prática do baile em novos espaços culturais e cruzar as danças tradicionais com outras artes. Em vez de criar uma nova companhia de dança, investiu nas artes performativas, incluindo o público no seio da criação e mantendo assim o aspeto mais importante do baile: a participação de todos.
Também a preocupação em registar as práticas coreográficas portuguesas, que acompanha a PédeXumbo desde o seu princípio, passou a traduzir-se de maneira diferente: inicialmente baseada na aprendizagem direta de danças tradicionais, a PédeXumbo passou a investir financeiramente em registos que pudessem alimentar as novas produções. Por sua vez, este investimento levou a associação a pensar em formas de rentabilizar e valorizar este Património Cultural Imaterial na Internet, aumentando a sua difusão.
A PédeXumbo trabalha desde 1998 na promoção da música e dança de raiz tradicional. Uma equipa profissional dedica-se à recuperação destas práticas culturais, através de registos, coproduções, criação artística, investigação, formação de formadores e ensino informal destinado a todas as idades.
Mais do que perpetuar relíquias, a PédeXumbo propõe-se a reavivar hábitos sociais de viver a música, reproduzindo bailes tradicionais participados por novas gerações que vão beber em práticas antigas.
No seu próprio espaço, em Évora, programa regularmente oficinas de dança, música, concertos, bailes e tertúlias para vários públicos. Organiza festivais em todo o país, tendo especial notoriedade o Andanças. Dinamiza aulas regulares de dança junto de escolas e jardins de infância, projetos comunitários de educação artística, e promove ações de formação que exploram diversas vertentes das danças de raiz tradicional.
Contando com diversas parcerias internacionais, tem ainda um papel pioneiro na criação artística de novos formatos de baile, explorando conceitos de danças sociais, interatividade, ritual, criatividade, contemporaneidade,tradição. Dinamiza, em colaboração com instituições universitárias, um setor de investigação etnocoreológica, tendo editado diversos livros e documentários.
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Planos de atividade de anos anteriores:
2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 |2018 | 2019| 2020
Acreditando que é possível contribuir para um mundo melhor e modos de vida mais sustentáveis, a PédeXumbo, enquanto agente sócio-cultural, assume o compromisso de assegurar uma atitude atenta e responsável em todas as suas atividades. Esta atitude assenta em quatro pilares – social, cultural, ambiental e económico –, e orienta-se pelos seguintes princípios práticos, que representam o nosso modo consciente de estar na vida:
- Alegria, bem-estar, e celebração da vida
- Ligação e respeito pela natureza
- Cultura de comunicação e participação
- Simplicidade e criatividade
- Educação integral e desenvolvimento da consciência
- Bom uso dos recursos e economia local
- Redução da pegada ecológica
- Cultura organizacional e modos de vida responsáveis
- Responsabilidade social e desenvolvimento comunitário
- Aldeia global multicultural
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DIREÇÃO
Marta Guerreiro | Presidente
Marta Guerreiro, nascida numa tarde quente do verão de 82, na cidade onde desagua o rio Sado, acredita piamente que é alentejana e por essas terras vive há mais de 20 anos. Descobre a PédeXumbo através do Andanças e é esse acontecimento que a vai fazer voltar a dançar e a dedicar-se profissionalmente à área. Junta-se assim à dança a grande vontade de continuar a trabalhar com diferentes comunidades, quando integra a equipa da Associação Pédexumbo. Hoje dança e faz dançar!
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Hugo Barros | Secretário
Hugo Barros, nasceu em Lisboa em 1980. Em 1994 envolveu-se no associativismo cultural. É licenciado em Geografia-Urbanismo, com formação pós-graduada em Planeamento Regional e Urbano e Regeneração Urbana, concentrando atenção no desenvolvimento em torno da cultura e no papel dos espaços e redes culturais como motores de desenvolvimento dos territórios.
Produtor, Roadie, road-manager e stage-manager; trabalhou com Terrakota, Dazkarieh, entre tantos outros. Atualmente técnico de backline e playback áudio/vídeo do projecto OMIRI. A Pédexumbo soou-lhe ao ouvido por volta de 1998, por achar tão estranho alguém ter interesse pelo que era desinteressante. E começou a envolver-se com ‘com esta malta’. A lição que retira deste tempo com a PédeXumbo é que a tradição é uma bela treta. A tradição não tem começo nem fim, não é um tratado, não é um cristal, não é bafienta. A tradição também é o futuro!
Luísa Fonseca | Tesoureira
Luísa Fonseca, nascida na baixa lisboeta, no ano de 1983. Chegou à Pédexumbo em 2003, através do Festival Andanças, e fez as malas para o Alentejo, em 2006, para integrar a equipa. Formada em Design Gráfico de Comunicação e com uma grande paixão pela dança tradicional, dedicou toda a sua vida à música e à dança. Em 2014, embarcou num novo desafio: terapia ocupacional. A dança continua a fazer parte do trabalho e ela própria continua a fazer parte da Dança.
Vicente Camelo | Vogal
Vicente Camelo, nascido a meio de 81, psicólogo, musicoterapeuta e músico. Cidadão do mundo, actualmente radicado em Barcelona, não se recorda da primeira vez que calcorreou o Andanças e tão pouco imaginaria que tal festival tivesse um impacto tão grande na sua vida. Desde esse primeiro contacto, iniciou a aprendizagem de música na concertina, focando-se na música mais tradicional e na descoberta das suas raízes. Colabora com a associação Pédexumbo há bastantes anos e é com grande orgulho que aceita o convite para se juntar ao colectivo directivo da associação.
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Mercedes Prieto | Vogal
PhD em Ciências da Educação pela Universidade de Évora. Licenciada en Dança pela Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa e em Química pela Universidade de Santiago de Compostela. Formadora certificada pelo CCPFC na área das expressões (C05 Dança). Integrou a equipa de especialistas do Programa de educação Estética e Artística do Ministério de Educação no ámbito da formação de profesores e atualmente colabora no Plano Nacional das Artes no programa “O artista vai a escola”. Trabalha no programa internacional MUS-E como artista de dança em escolas da Galiza e Portugal. Trabalhou na escola Superior de Educação de Beja como professora de dança formando animadores socioculturais e professores de educação infantil e primeiro ciclo. É fundadora e coordinadora pedagógica na “Associação PédeXumbo”, asociacão para a defesa e divulgação da música e dança tradicional. Co-autora do projeto MatDance, para o ensino e aprendizagem da Matemática e da Dança. Co-Autora das publicações de dança: Zampadanças, Pezinhos de lã e Entroidanzas. Bailarina nos projeto ARMADANZAS. Mandadora de bailes em projectos de música folk como Monte Lunai, Pesdelán e Obal; no Baile dos Corpos Extraordinários, Baile dos Gordos de Diana Regal, no Zampadanças e Baile histórias da Associação Pédexumbo assim como no baile de Fica no Singelo da Cia Clara Andermatt.
CONSELHO FISCAL
Nini Gorzerino | Presidente
A Nini nasceu na França, tal e como o revela o seu sotaque. Quando não está a praticar yoga, pode encontrar-se a gerir projetos de circo contemporâneo na Catalunha. Mesmo assim, tem um pé na Alemanha, outro na Índia e o coração nas terras lusófonas. Porque gosta de viagens e de conversas, de natureza e de abraços, de sorrisos e de música, e claro está, de danças. Enamorou-se do Andanças há 15 anos e é hoje um membro feliz da família Px.
Juanra Campos | Vogal
Juan Ramón Campos Macías, nasceu em Madrid, onde vive atualmente. É coordenador de projetos europeus, qualidade dos serviços e processos participativos na Câmara Municipal de Arganda del Rey (Madrid).
Foi no ano 2009 que as danças tradicionais entraram na sua vida. Apaixonou-se por elas e passaram a fazer parte dos seus dias até hoje. Sente uma ligação muito forte aos projetos da PX, equipa da qual fez parte em diferentes projetos como o Festival Andanças e o Ethno Portugal.
Raquel Gomes | Vogal
Raquel Gomes, cresceu nas Caldas da Rainha, mas foi em Lisboa, no 1º piso do Mercado da Ribeira que, em 2001, assistiu e quase participou numas danças de roda que nunca tinha visto. A curiosidade daquela noite ficou-lhe na memória e em setembro de 2006, em Castro Verde, no Planície Mediterrânea, estas danças e sonoridades voltam a entrar na sua vida. Naquele momento, não foi só espetadora e participou nas diversas atividades. Desde então, participa e colabora em diversas atividades da PédeXumbo, como o Entrudanças e o Andanças, dando o seu contributo à promoção da dança e da música. Nos últimos anos, fez um interregno na sua profissão de professora de Física e de Química e encontra-se na gestão da formação de pessoal docente e não docente.
ASSEMBLEIA GERAL
Miguel Cintra | Presidente
Miguel Cintra, nasceu em Leiria, e é da colheita de 68. O Levantado do Chão levou-o até Évora em 87. Formou-se em gestão, mas é carpinteiro em construção. E a escola da montagem e desmontagem do Andanças tem tudo a ver com isso. Um ícone a fazer jus ao nome da dita (é um pé de chumbo), mas que importa isso quando o desafio é participar do sonho de uma associação sustentável e independente?
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Maria Carlos Figueiredo | Secretária
Micá nasceu em Lisboa em 1967. Foi estudar engenharia cerâmica para Aveiro e por aí ficou. Conheceu o Andanças em família e tornou-se o seu destino de férias preferido. Todos os anos voltou! Em 2016 começa a coordenar a equipa de Recolha Seletiva do Festival Andanças, ajudando a cumprir o objetivo de manter o festival limpo e as boas práticas na recolha de resíduos. Foi então com grande alegria que abraçou o desafio de colaborar com a associação PédeXumbo que sempre admirou. Tem dois pés de chumbo, mas esforça-se muito para que a sua pegada ecológica seja leve como numa Mazurka.
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Leonor Carpinteiro | Secretária
Leonor Carpinteiro cresceu na Amadora e sente-se em casa de lá para sul. É licenciada em Estudos Artísticos – Artes do Espetáculo, estudou Fotografia e tem uma especialização em Design Editorial. Trabalha em cultura desde 2011 junto de diversas estruturas, desempenhando funções nas áreas da produção, comunicação e programação. Paralelamente, desenvolve projetos de design gráfico como freelancer, assim como projetos autorais no âmbito da edição.
Em 2016, o seu desejo de viver no Alentejo levou-a à PédeXumbo e a Évora, onde cumpriu o sonho de viver numa casa térrea com pátio comunitário! Pertencer à equipa fixa da PX possibilitou-lhe conhecer a fundo inúmeros territórios, descobrir novas palavras, envolver-se em projetos artísticos comunitários e participativos, aprender a trabalhar de forma colaborativa e compreender que a produção também pode ser uma função criativa. Apesar de nunca ter aprendido a dançar (é verdade!…) continua a identificar-se com os pilares da associação e é por isso que continua a querer fazer parte desta equipa.