“ATRAVESSAR — a invenção de um percurso dançado pelo Bairro Celeiros” performance de Bárbara Faustino
30 de novembro, 15h00 • partida do Pátio Celeiros (Antigos Celeiros da Epac)
Um conjunto de ruas com uma determinada afinidade costuma fazer um bairro. A ideia deste bairro sonhado emerge de um celeiro que outrora armazenava trigo e agora armazena criatividade. O seu contorno é uma invenção, mas habitá-lo é real, tão real como comer pão. Os seus limites, desenhados com a fluidez e leveza da farinha, são porosos, permitindo a passagem das pessoas e das ideias.
Demarcadas as fronteiras, parte-se para a travessia interna, ocupando o território em movimento. Aqui, são os vínculos estabelecidos durante o processo criativo que definiram não só o trajeto mas também o ritmo, a forma e os gestos com que ele é percorrido. Das diretivas explícitas — «Bárbara, não vás por essa rua, porque aí há uma coisa má, vai pela outra que é mais bonita» — às suas histórias de vida e gestos, as senhoras que se reúnem todas as tardes junto ao n.º 26 da Rua dos Castelos inspiraram a dança que percorre as ruas desta travessia.
Fazem parte da paisagem sonora as canções da juventude que a Dona Clotilde cantou, as benzeduras que a Dona Custódia ensinou, os ruídos que a rua produz e a composição que os gestos e o ambiente sugerem.
Em Maio, a artista Bárbara Faustino esteve no Bairro Celeiros em residência artística, um projeto da PédeXumbo, para a criação da performance «ATRAVESSAR – a invenção de um percurso dançado pelo Bairro Celeiros». Em relação direta com o bairro através da sua arquitetura, do tecido social, histórico, cultural e humano, esta criação site specific convida-nos ao movimento neste lugar da cidade de Évora! Depois de Maio, a performance está no programa do festival Desdobra-te e volta a ocupar as ruas do Bairro!
Criação e interpretação: Bárbara Faustino | Paisagem sonora: Ariel Rodriguez | Apoio à investigação: João Matias | Fotografia: Joana Ricardo, Beatriz Nunes | Agradecimentos: A toda a equipa da associação PédeXumbo. À Custódia, Clotilde, Joaquina, Luísa e Lurdes, moradoras do Bairro Celeiros que são inspiração, afeto e alegria diária. Obrigada a todos, do fundo do coração.
Bárbara Faustino
(São Paulo, Brasil, 1984) dedica-se à criação e ao ensino nas áreas da dança contemporânea e da performance. Pesquisa o corpo como um território de estudo onde as possibilidades
expressivas são infinitas e investiga o diálogo fértil entre ensino e criação. É formada pela Escola Municipal de Bailado do Teatro Municipal de São Paulo e também é Licenciada pelo curso de Dança e Movimento da Universidade Anhembi Morumbi. Fez o Curso para professores de Pré-Primary e Primary da Royal Academy of Dance of London. Radicada em Portugal desde 2014, trabalhou como bailarina, gestora e professora de dança no Musibéria – Centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo Ibérico – em Serpa, no Alentejo, onde desenvolveu pesquisa autoral nas áreas do ensino e da criação em dança. Atualmente reside em Lisboa, a trabalhar como professora de dança em espaços como a Academia Inatel e o Fórum Dança, além de seguir com a sua pesquisa artística autoral, nos cruzamentos entre o ensino, a performance e a criação. Trabalhou com Jérôme Bel em THE SHOW MUST GO ON, fundou a HIDRA cia. de dança em parceria com a bailarina Janice
Iandritsky, e também faz parte do Mosaicollective. Recentemente recebeu a Bolsa de Novas Criações da Pédexumbo com o projecto «ATRAVESSAR – a invenção de um percurso dançado pelo Bairro Celeiros». Ariel Rodriguez (San Juan, Argentina, 1980) Músico, é licenciado em Composição Musical pela Universidade Nacional de Villa María (Córdoba, Argentina). Com uma extensa trajetória como compositor, intérprete e docent,
brindou aulas, concertos e cursos em diversas instituições de formação tanto no nível primário, secundário, e Universitário; foi professor das cátedras de “Técnica de Contraponto I”, “Técnica de Contraponto II” e “Composição e arranjos IV” da já mencionada Universidade. Nos últimos vinte anos desenvolveu uma trajetória profissional ininterrupta, na qual inclui uma série de atividades culturais, festivais, concertos, gravações, masterclass e workshops entre outros. Conta com um total de 4 discos autorais realizados e mais de 30 participações em projetos como colaborador, seja tanto como compositor, intérprete, arranjador ou produtor musical entre outras colaborações. O seu quinto trabalho discográfico intitulado “Frente e Verso” integrado por uma série de nove músicas próprias e alheias encontra-se pronto a ser lançado.
Entre os períodos 2017-2020 trabalhou no Musibéria – Centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo Ibérico- (Serpa, Portugal) como criador residente, gestor cultural, técnico de gravação, pós-produção de áudio e professor de piano. Dentro desta instituição participou em mais de 35 projetos que por ali passaram, incluindo tanto colaborações técnicas como artísticas.
Compôs música para teatro Camino Real (Baal17 2018); Gente como a gente (Al Teatro 2019), As três Irmãs (Teatro do Elefante, Setúbal, 2021), Pinóquio da raiz ao nariz” (Cassefaz, 2021), Shitz (Companhia de Teatro de Almada 2021), Noite de Reis (Companhia de Teatro de Almada 2022), Da Felicidade (Causas Comuns, 2023) Atualmente reside em Lisboa onde trabalha autonomamente em diversos projetos (autorais ou colaborativos).Destaca-se especialmente a sua participação no projeto Martin Sued & Orquestra Assintomática onde interpreta piano, synthesizers, sampling e programação musical, sonoplastia e sound design, esta agrupação editou em 2022 o trabalho “Igual estamos acá” e tem-se apresentado junto à artistas tais como Antonio Zambujo, Yamandú Costa, Lita Folk Band, Salvador Sobral, Iroko Trio, Juanjo Corbalán, Delinfa Cheb, Maria João e Circular Vozes, Carlos Aguirre, Nicolás Ibarburu, Martin Buscaglia, Juan Pablo Di Leone, entre outros.
Espetáculo “O canto da Baleia” de Mosaicollective ◊
30 de novembro, 17h00 • Salão Central Eborense, Sala Estúdio
Nesta versão ‘pocket show’ de O Canto da Baleia, num ambiente intimista, de forma mágica e cativante, uma músicista, uma bailarina e uma ilustradora contam a história de uma pequena e curiosa baleia. Através da música e de projecções de vídeo em tempo real, narram a sua viagem enquanto ela mergulha no fundo do mar em busca de água limpa, encontrando muito lixo e misteriosas criaturas marinhas.
Em momentos interactivos com o público jovem, fazemos uma “batucada de lixo” e experimentamos a sensação de tempestade. Com base no princípio musical de “Call & Response”, fornecemos textos e ritmos de canções para que o nosso público possa participar ativamente no espetáculo. Venha mergulhar connosco!
Música: Kristina Van de Sand (violino, voz, Loop Station e percussão)
Dança: Bárbara Faustino
Artes visuais: Elide Gramegna