Vem aí a 2ª edição do projeto Armar o Baile, que este ano vai acontecer em Pinhal Novo (Palmela) e será dedicado à Cultura Caramela, com a participação do Rancho Folclórico da Casa do Pinhal Novo, de Leónia de Oliveira na dança e dos músicos Ana Pereira e David Rodrigues.
A residência artística para a criação de um baile-concerto, que será apresentado no dia 3 de julho no âmbito da programação do FIG (ver programa próprio), tem início já este domingo, com o apoio da Câmara Municipal de Palmela!
Estivemos à conversa com a Marta Guerreiro, coordenadora da Associação PédeXumbo, para conhecer um pouco melhor esta edição do Armar o Baile.
Qual é a particularidade desta edição do Armar o Baile, no que diz respeito à sua relação com o território?Esta 2ª edição do Armar o Baile foi adequada, antes de mais, às circunstâncias que vivemos e, por tal, não terá a habitual participação de tantas pessoas na fase da residência, bem como na apresentação do seu resultado. Queremos muito fazer este projecto e, para tal, abdicamos de algumas componentes que gostaríamos de explorar com o projecto: como as habituais oficinas de dança, de gastronomia e até passeios pela região, focando-nos apenas num momento específico: a residência artística entre alguns elementos do Grupo Folclórico do Pinhal Novo, dois músicos convidados por nós, Ana Pereira e David Rodrigues e uma pessoa dedicada ao repertório dançado, Leónia de Oliveira. Neste sentido vamos estar uma semana na vila de Pinhal Novo a aprender repertório tocado e dançado pelo Rancho e, assim, criar um espectáculo que terá em si a essência desta cultura, conhecida na região por Caramela. Não podendo ser realizada a apresentação no formato que mais queríamos – levar as pessoas a dançar este repertório -, vamos focar-nos no momento de partilha e criação do espectáculo e daí tirar energia para que, daqui a uns tempos, o possamos apresentar como tanto desejamos.
Como se chegou à escolha da Cultura Caramela? De que forma se expressa nesta comunidade?
Já havia uma vontade anterior de realizar um trabalho em parceria com o município de Palmela e, depois de várias conversas entre as duas entidades, chegámos à conclusão que este seria um bom território para acolher o nosso projecto itinerante – Armar o Baile. Assim, pensamos que nada melhor que esta oportunidade para desenvolver um projecto mais criativo, com um ou mais Ranchos locais, e chegamos assim à Cultura Caramela e ao interesse de a conhecer melhor para depois a divulgar fora do território. Pelo que nos foram dizendo, esta cultura tem várias particularidades que a diferenciam, em certa parte, da restante comunidade do concelho de Palmela e identifica uma zona muito especifica. São essas particularidades que vamos descobrir nesta semana que por lá andaremos a desenvolver o projecto.
Como se fará a ponte entre o trabalho do rancho, dos músicos e dos bailadores nesta residência artística?
Este trabalho entre os diferentes elementos que vão participar na residência já se iniciou com uma primeira conversa presencial, onde houve um momento de apresentação do projecto e de todos os intervenientes. Deu-se ainda espaço para que cada um dissesse o que espera desta residência. Foi neste momento que também se falou do repertório a trabalhar. Neste momento têm estado em contacto para escolher a lista de músicas e danças que se vão explorar, tanto as que vamos aprender com o Rancho, como as que os músicos e a Leónia querem ensinar-lhes durante o processo. A ideia é que exista aqui uma fusão entre um repertório tradicional, e específico de uma zona, com o novo folk dançado em toda a Europa. O modelo de residência não é fechado, tem sempre uma dinâmica que vai sendo criada no momento. Acredito que o dia-a-dia irá gerar momentos de troca e partilha de repertórios que farão parte do espectáculo final, esperando que a criação seja conjunta!
O que se espera que seja o resultado final deste trabalho artístico?
O resultado, neste momento, está muito em aberto. Queremos que seja um momento de música e dança com uma forte componente dedicada ao Baile Caramelo, com uma nova roupagem, mas o que nos interessa muito é o processo criativo. O que está em projecto é uma criação de um baile-concerto numa colaboração entre o Rancho Folclórico, a Ana Pereira, o David Rodrigues e a Leónia de Oliveira, mas o processo de criação e as circunstâncias actuais vão ditar o que se irá apresentar. Queremos que este seja, acima de tudo, um momento de regresso à música e de partilha de repertórios! E que no final a Cultura Caramela possa circular e ser divulgada com este projecto.
Para assistir ao baile-concerto que irá resultar deste processo criativo, devem consultar o programa próprio do Festival Internacional de Gigantes e seguir as regras ditadas pela DGS para este evento.
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