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Conversas com Dança || ed. 1 || DANÇA INTERIORIDADE/CIDADE

Associação PédeXumbo (Atualizado em: 14 Março, 2024 )

Será que o tradicional está apenas associado a vivências rurais?
Uma abordagem contemporânea da dança reflecte uma visão mais urbana?
O que é a dança tradicional dançada nos dias de hoje em contextos urbanos?

Subordinada ao tema “Dança: Interioridade/Cidade”, esta é a primeira conversa de um ciclo denominado “Conversas com Dança”: um ciclo de intervenções e debates que contará com cerca de quatro edições ao longo dos próximos quatro anos, e que visa proporcionar encontros entre pessoas com percursos diferentes em Dança.

Neste primeiro encontro convidam-se os oradores e os participantes a refletirem sobre a Dança em contextos geográficos diferentes, apostando no diálogo entre o tradicional e o contemporâneo.

Uma conversa moderada por Daniel Tércio (professor, investigador, autor) e a participação de Claudia Galhós (escritora e jornalista), Mercedes Prieto (professora, investigadora, bailarina) e Rui Horta (coreógrafo)

TRANSCRIÇÃO DA CONVERSA

Oradores

Claudia Galhós

Nasceu em Lisboa, em 1972. Escreve sobre artes performativas em geral e dança em particular para jornais desde 1994 e, desde 2005, para o semanário Expresso. Foi editora do magazine de cultura “AGORA” e “Palcos Agora” (2012/2015 na RTP2). É autora de livros de ficção e sobre dança/artes performativas, como “15 anos – O Espaço do Tempo” (2016, centro de residências artísticas de Montemor-o-Novo, de Rui Horta), “Pina Bausch – Sentir Mais” (2010, Don Quixote), “Corpo de Cordas – 10 anos de Companhia Paulo Ribeiro” (2006, Assírio & Alvim). Foi editora do livro “There is nothing beyond our imagination” (2015, publicação da rede europeia “Imagine 2020 – Art and Climate Change”, de 10 teatros europeus, liderada pelo Kaaitheater, Bruxelas). Foi editora do suplemento semanal «Artes de Palco», do programa «Magazine», da 2: da RTP (de 2004 a 2006) e consultora da coleção de livros «Dança e Pensamento» editada a partir de 2009 em Espanha, traduzida pera galego, castelhano e catalão, coordenada pelo Mercat de les Flors (Barcelona), o Centro Coreográfico Galego (Galiza) e a Universidade de Alcalá (Madrid). No âmbito desta, publicou em 2009 o ensaio «Unidades de sensação» na colectânea «Arquitecturas do olhar».

Mercedes Prieto

O seu gosto pela dança nasceu na sua infância nos bailes e festas da Galiza. Iniciou-se na dança tradicional no grupo folclórico da sua aldeia e continuou a sua formação com diferentes professores em festivais e cursos em diferentes países. No ano 2005 concluiu a licenciatura em Dança pela Faculdade de Motricidade Humana em Lisboa, facto essencial para a sua atividade profissional.

É fundadora da “Associação PédeXumbo” asociação para a defensa e divulgación da música e dança tradicional com a qual continua a colaborar como professora e animadora de bailes.

Rui Horta

Nascido em Lisboa, Rui Horta começou a dançar aos 17 anos nos cursos de bailado do Ballet Gulbenkian, tendo posteriormente vivido vários anos em New York, cidade onde completou a sua formação e desenvolveu o seu percurso de intérprete e professor. Em 84 regressa a Lisboa onde continua a sua actividade pedagógica e artística, sendo um dos mais importantes impulsionadores de uma nova geração de bailarinos e coreógrafos portugueses. Durante os anos 90 viveu na Alemanha onde dirigiu o Soap Dance Theatre Frankfurt, sendo o seu trabalho considerado uma referência da dança europeia e apresentado nos mais importantes teatros e festivais em todo o Mundo, tais como o Thêatre de la Ville em Paris que apresentou e co-produziu as suas obras ao longo de uma década. Em 2000 regressou a Portugal, tendo fundado em Montemor-o-Novo o Espaço do Tempo, um centro multidisciplinar de experimentação artística. Para além do  seu intenso trabalho de criador independente, Rui Horta criou, como artista convidado, um vasto repertório para companhias de renome tais como o Cullberg Ballet, o Ballet Gulbenkian, o Grand Ballet de l’Opera de Genéve, a Ópera de Marselha, o Netherlands Dance Theatre, a Ópera de Gotemburgo, Random Dance, etc. Ao longo da sua carreira recebeu importantes prémios e distinções tais como o Grand Prix de Bagnolet, o Deutsche Produzent Preiz, o Prémio Acarte, O Prémio Almada, o grau de Oficial da Ordem do Infante, o grau de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Letres, pelo Ministério da Cultura Francês. A sua criação coreográfica foi, recentemente, classificada como Herança da Dança Alemã. Nas artes performativas o seu trabalho de encenador estende-se o teatro, à ópera e à música experimental, sendo igualmente desenhador de luzes e investigador multimédia, universo que utiliza frequentemente nas suas obras.Nos últimos anos tem voltado a criar regularmente na Alemanha ( Mainz, Darmstadt, Stutgart). Actualmente está em digressão com um solo para si próprio, Vespa, após 30 anos de ausência dos palcos.

Moderador

Daniel Tércio

Daniel Tércio é Professor Associado na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, onde leciona, ao nível da licenciatura e do mestrado, cursos de História da Dança, Estética, Movimento e expressão plástica, e novas tecnologias aplicadas à dança. Possui bacharelato em Filosofia (UL), licenciatura em Artes Plásticas (ESBAL), a componente curricular do mestrado em História da Arte (UNL) e Doutoramento em Dança (FMH). Actualmente Integra a direção do INET-MD e coordena o grupo de investigação sobre estudos da dança. Coordena também a especialidade de dança no programa doutoral em motricidade humana. É investigador responsável por projectos financiados através da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Para além de numerosos artigos publicados em Portugal e no estrangeiro, é autor de obras de ficção e tem participado em projectos performativos e de formação artística, numa perspectiva transdisciplinar. Enquanto crítico de dança, tem colaborado regularmente com a imprensa desde 2004.

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